Monday, February 13, 2006

Sobre os protestos contra os cartoons já foi tudo quase dito:

Os cartoons que foram publicados na Dinamarca em Setembro eram muito menos ofensivos do que os que foram mostrados.

Uma associação muçulmana dinamarquesa, em reacção ao sentimento de exclusão e xenofobia, andou pelo mundo muçulmano a protestar e angariar apoios, mostrando cartoons muito mais ofensivos e que nunca foram publicados.

A subida ao poder do Hamas e a provocação do Irão fez com que estes líderes usassem os cartoons como desculpa para organizar protestos e infiltrar fundamentalistas em manisfestações pacíficas.

Em primeiro lugar, penso que é necessário entender que o interesse destes protestos foi mostrar uma imagem distorcida do Ocidente por líderes que se começam a assustar-se com o atractivo que se vai tornando para as maiorias oprimidas destes países. Isto acontece acima de tudo porque estes regimes vivem da criação de bodes expiatórios (como suponho que acontece aqui também). Convém lembrar que à uns tempos o presidente do Irão disse que o Holocausto nunca tinha acontecido.

Por outro, penso que sabendo que é comum a imprensa muçulmana publicar cartoons a gozar com a religião cristão e judaica, não há discussão possível sobre liberdades e direitos. E já agora, a partir do momento em que o Irão recusa que o seu urânio seja enriquecido na Rússia, fica claro quais são as suas intenções.

Mantenho que me parece que a Europa não pode continuar a adoptar uma posição passiva. Que irá acontecer quando recusar a entrada da Turquia?

Uma consequência que pudemos já assistir foi a subida da extrema-direita na Dinamarca, que de 13% passou para quase 20%(!). Isto no país que se orgulhava de ter as políticas de emigração mais liberais da Europa. Será este o caminho que a Europa quer seguir? A mim parece-me que se a Europa quer manter os seus valores, tem de ter uma política mais activa relativamente ao médio oriente até para mostrar o erro que foi a invasão americana. Como?...

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