Tuesday, March 07, 2006

A recente decisao de Larry Summers em abandonar a presidencia de Harvard diz muito sobre o estado e funcionamento das instituicoes universitarias de elite nos Estados Unidos. Com um curriculo academico e professional excepcional - foi o professor mais novo a conseguir tenure em Harvard e foi o secretary of state de Clinton - Summers foi eleito (em 2000?) com um um mandato claramente reformista.
Por um lado e obvio que nao tinha o dom da diplomacia. Andava de limousine (tb a ganhar 500 mil dolares por ano…), era acusado de direcionar fundos de investigacao para temas do seu interesse pessoal e como e sabido, sugeriu que a diferenca entre o numero de homens e mulheres em ciencias poderiam ser atribuidas a diferencas biologicas.

Particularmente este ultimo facto despoletou uma onda de protesto por parte do corpo docente da universidade que culminou num voto de protesto na graduate school of arts and sciences que levou ao seu abandono.

Embora concorde que nenhum destes factores ajudava a sua imagem, e que no minimo eram insensatos, por outro lado este caso tambem revela interesses presentes em Harvard e que Summers vinha combatendo, com um grande apoio dos alunos. Um dos mais importantes e a forma como o sistema da universidade se tem vindo a degrader ao longo dos anos, a sombra do seu enorme prestigio, que continua a motivar estudantes a comprar graus a cerca de 40000 dolares por ano.
Por querer manter este prestigio, havard assim como outras Ivy leagues – incluindo Columbia :) – tem tido politicas orientadas para a carreira academica dos docentes, com a parte lectiva a ter cada vez menos importancia, para alem de haver um escandalosa sobrevalorizacao das notas (embora com esta parte eu concorde…).

Por outro lado, existem nestas universidades lobbies de esquerda que defendem ferozmente os seus valores, em detrimento da qualidade da investigacao academica e ensino ao ponto de votar o despedimento de Summers pela sua agenda reformista .

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