Tuesday, May 09, 2006

Um aspecto importante na falta de eficácia do Ocidente em conter as ambições nucleares do Irão e o genocídio do Sudão é o papel que estes países desempenham como fornecedores de petróleo à China.

Como é sabido, apesar de tradicionalmente o dragão asiático ser energicamente auto-suficiente, a abertura consciente dos seus mercados ao comércio internacional pelo Partido Comunista como estratégia de manutenção no poder fez crescer exponencialmente as suas necessidades de petróleo e matérias primas. Consequentemente, desde 1993 a China tem percorrido o mundo em procura de fontes de petróleo e como a grande maioria está já tomada (principalmente pelos Estados Unidos), grande parte da sua actividade tem-se centrado em países com governos autocráticos como o Irão, Sudão, Myanmar e alguns países africanos.

O caso do Sudão é particularmente chocante porque em troca de petróleo (60% do petróleo Sudanês vai para China) o governo chinês tem financiado e fornecido as armas que têm permitido a pilhagem de Darfur, e assassinio de milhares de pessoas e até a invasão de Chad.

Neste sentido é especialemente irónico que a aquando da visita do Presidente Hu Jintao, Bush se tenha preocupado principalmente com o valor da moeda chinesa (a China é a principal financiadora do deficit desta administração) e que por exemplo a Liga Árabe e a imprensa não se pronunciem sobre a morte de pelo menos 300000 muçulmanos. Serão cartoons dinamarqueses mais ofensivos?

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